domingo, 13 de maio de 2012

THE END

Esta é a última postagem deste blog que tanto prazer e alegria nos deu em atualizá-lo. Estivemos durante duas semanas entre a Alemanha e a Itália em uma viagem incrível, diferente e surpreendente. Incrível pelas paisagens e lugares que conhecemos. Diferente pela maneira que conhecemos as cidades, de bicicleta, com autonomia para ir sem depender de outro meio de transporte. Surpreendente pelo fato de estarmos no interior, sem aqueles roteiros cheio de turistas. Agradeço aos amigos Frederico da Luz e Paulo Rodrigo Capre pela parceria e companheirismo de estarmos juntos durantes estes dias. Sentimos falta de César Cavalli, nosso puxador do Cruce de los Andes. A Via Claudia Augusta é sensacional, tenho vontade de repetir a aventura, valeu muito a pena! Aos interessados em percorrer este roteiro, farão uma ótima escolha. Para finalizar, a exemplo do Cruce de los Andes, deixou uma frase do filme O curioso caso de Benjamin Button:

Sou velho e já passei por muitas dificuldades, mas a maioria delas  nunca existiu!

Fiz um video com o resumo da expedição, quem quiser assistir acesse o link abaixo

https://www.youtube.com/watch?v=11VTOTUX8zc

 
Leandro Luis Daros
Frederico Ronaldo da Silva da Luz
Paulo Gustavo Capre

quarta-feira, 4 de abril de 2012

MILÃO

Depois de cruzar os Alpes numa jornada que durou 9 dias em mais de 500 quilômetros pedalados pela Via Claudia Augusta, a equipe já está em Milão nos preparativos finais para o retorno à pátria amada. Confortavelmente instalados em um dos hotéis de capital econômica italiana, hoje foi um dia dedicado ao turismo e às compras. Logo cedo, Paulo foi até uma loja de esportes conferir as novidades da área ciclista e acabou se perdendo do grupo, algo inédito até então (naquele dia). Enquanto isso, Frederico aproveitou estar na capital mundial da moda para conhecer a famosa loja de bolsas femininas Louis Vuitton, conforme fez questão de registrar e guardar para a posterioridade na foto ao lado. Em seguida, fizemos um tour guiado em um ônibus sightseeing, que digamos assim, não foi lá um grande atrativo a esses humildes pedaladores, primeiro pelo trânsito caótico de Milão e segundo pela relativa ausência de interesse pelo tema artístico cultura que cerceia esta histórica cidade. A equipe permanece unida e se divertindo, agora sem a companhia das bicicletas. Amanhã, último dia da viagem, faremos um almoço de confraternização e iniciaremos o processo de acomodação das roupas sujas (que são muitas) nas mochilas para voltar pra casa na sexta-feira pela manhã.

É pra frente que se anda e pra cima que se sobe!


segunda-feira, 2 de abril de 2012

DIA 8 - MERANO PARA TRENTO


Deixamos as montanhas, o gelo e o frio dos Alpes e chegamos à cidade histórica de Trento, nosso destino final. Hoje foram mais de 100 km pedalados, no dia mais difícil de toda a viagem. Começamos logo pela manhã, andando cerca de 20 quilômetros numa região de macieiras, acompanhando as plantas floridas, numa enorme reta, chegando até mesmo a ser monótono. Em seguida, começamos a subir, nuns 15 km de belas paisagens, passando por túneis na ciclovia e em uma floresta. Paramos para almoçar, para variar... espaguete!! Depois, a pedalada foi um verdadeiro martírio. Quarenta quilômetros em um enorme vale com vento contra. Sofremos para levar as bicicletas adiante, havia momentos com rajadas fortes que era impossível colocar um pedal diante de outro. Entramos em Trento às 17:30, exaustos depois de tantas horas de viagem, mas com a certeza de termos alcançado o objetivo de nossa expedição. Poderíamos ir até Roveretto amanha (mais uns 50 km), e tenho certeza que se fosse preciso essa equipe pedalaria até Veneza, mas agora vamos aproveitar um pouco da Itália, sem ter o compromisso com nossas queridas bicicletas todas as manhãs. Amanha, de trem, iremos para Verona e na quarta para Milão. Vamos continuar atualizando blog até a chegada ao Brasil com relatos das aventuras diárias, dessa vez sem as bikes!

Tempo de pedalada: 6h10min
Distância percorrida: 101,8 km
Velocidade média: 16,4 km/h
Velocidade máxima: 48,8 km/h
Calorias: 1.175,9 cal

É pra frente que se anda e pra cima que se sobe!

domingo, 1 de abril de 2012

DIA 7 - PASSO RESIA PARA MERANO

Saímos do alto dos 1.500m dos Alpes pela manhã para iniciar a descida para a Itália. Foram mais de 85 km de pura contemplação de uma região com enormes plantações de maçã. A ciclovia no trecho italiano é perfeita, quase toda em asfalto e com paisagens belíssimas. Durante o percurso passamos por vilas antigas e avistamos vários castelos, alguns com talvez milhares de ano, numa aula de história ao vivo e a cores. Almoçamos uma pizza e continuamos descendo com o objetivo de alcançar Merano antes do entardecer. A média de velocidade aumentou sensivelmente em relação aos outros dias, sendo que a velocidade máxima em algumas descidas se aproximou dos 70 km/h. No meio de um pomar de maças havia uma barraca com suco da fruta ao preço de 0,50 Euros, mas sem ninguém cuidando, num típico serviço de self service baseado na confiança (claro que não funcionaria no Brasil). Para finalizar, quase chegando ao destino, uma criança de bicicleta cortou a frente de Paulo e quase provocou um engavetamento dos três patetas que pedalam pela Europa. Felizmente nada de grave! Foi emocianante fazer a descida em caracoles de uns 200 metros um pouco antes de Merano. Quem quiser ver vídeos que Frederico (ex ator, surfista, estudante de psicologia, etc) está gravando da viagem, acesse o link abaixo:

http://www.youtube.com/user/FREDERICODALUZ/videos

Tempo de pedalada: 4h18min
Distância percorrida: 86,29 km
Velocidade média: 20,1 km/h
Velocidade máxima: 67,6 km/h
Calorias: 1.430,90 cal

É pra frente que se anda e pra cima que se sobe!


sábado, 31 de março de 2012

DIA 6 - LANDECK PARA PASSO RESIA

Expedição chega à Itália! Pelos relatos que havíamos lido, sabíamos que este seria o dia mais difícil da viagem, pois subiríamos uns 800 metros para cruzar os Alpes no passo Reschenpass (Résia), e que subida longa! Logo pela manhã, pedalando ainda na Áustria encontramos áreas com gelo na via, prontamente superada. Também ocorreu o primeiro tombo da expedição. Frederico, com suas típicas barbeiragens ciclísticas, engatou o guidão de sua bicicleta no meu e juntos nos esborrachamos no chão, mas nada de grave! Não contente, em seguida quase derrubou Paulo e eu, era o que faltava para completar seu strike do dia. Paramos para almoçar um pouco antes de Pfunds, no cardápio massa e cerveja! A partir daí, pedalamos mais alguns quilômetros na via até batermos em uma auto estrada, encravada na rocha das montanhas. Nesse ponto a via Claudia Augusta desaparece como ciclovia e se transforma em uma picada no meio das montanhas. O caminho é estreito e perigoso, com degraus que os romanos usavam para fazer a subida. Passar com bicicletas carregadas com alforges torna-se um desafio insuperável. Optamos por seguir pela rodovia, beirando precipícios enormes e atravessando túneis junto com os carros. Foram aproximadamente 5km de subida até Nauders, região da tríplice fronteira (Áustria, Suíça e Itália) e cheia de estações de esqui. Pedalamos mais alguns quilômetros e devido ao adiantado da hora (mais de 17h) paramos para dormir numa vila (Resia – Itália) no local mais alto da expedição (aproximadamente 1.500 sobre o nível do mar). Neste domingo começa a descida para Itália

Tempo de pedalada: 4h50min
Distância percorrida: 53,75 km
Velocidade média: 11 km/h
Velocidade máxima: 38,7 km/h
Calorias: 476,6 cal


sexta-feira, 30 de março de 2012

DIA 5 - LERMOOS PARA LANDECK

Ao contrário dos dias anteriores, hoje o dia amanheceu com chuva, vento e frio. Por volta das 7h, durante o café da manhã, a equipe se reuniu para decidir a atitude a ser tomada diante das condições climáticas adversas. Tínhamos duas opções para chegar até Landeck: pedalar debaixo de chuva e com frio pela rodovia, pois a via Claudia Augusta neste percurso estava bloqueada pelo gelo (inclusive o passo Ferpass); ou fazer o trajeto de trem, que naquele momento era o mais seguro. Como líder da expedição, deixei que Frederico e Paulo tomassem suas decisões, afinal são maiores e experientes nesse tipo de aventura. O colunista de Quaraí (Frederico) optou pelo trem. Paulo, não abriu mão de continuar pedalando e decidiu ir pela rodovia. Eu (Leandro) fui com Frederico de trem (aqui as bicicletas são transportadas normalmente dentro dos trens, com um $$ extra na passagem). Um pouco depois das 15h (horário local), 10h em Brasília, encontramos Paulo em Landeck. Segundo seu relato emocionado, havia sido parado pela polícia por estar andando com a bicicleta em uma auto pista internacional fazendo racha com uma Ferrari e um Porche. Felizmente, graças a sua fluência no idioma germânico, explicou que tratava-se de um desafio pessoal, sendo prontamente liberado pelos oficiais austríacos. Agora, já estamos reunidos novamente e amanhã vamos ao ponto mais alto e frio da expedição, subiremos 700 até alcançarmos os 1.455 metros de Reschenpass, para a partir de lá iniciar a descida para a Itália. O tempo melhorou e a previsão é que continue assim amanhã. Ao lado, as duas primeiras fotos mostram a situação pela manhã e a última, tirada já com sol, aqui da sacada do hotel onde estamos em Landeck.

É pra frente que se anda e pra cima que se sobe!


quinta-feira, 29 de março de 2012